Liga Norte quer prender quem usar burqa
08 Outubro 2009
Extremistas do Governo de Berlusconi apresentaram proposta para reformar lei de 1975 sobre objectos que impedem reconhecimento de pessoas
A Liga Norte, partido extremista e parceiro de coligação do Governo de Silvio Berlusconi, quer que o uso de roupas religiosas, como por exemplo o niqab e a burqa, seja castigado com uma pena de prisão até dois anos ou com uma multa de dois mil euros. A proposta de lei foi apresentada na sexta-feira e está agora a ser avaliada pelo Parlamento. O texto, que poderia ser aprovado apenas pela maioria de direita, visa alterar a lei em vigor desde 1975 - a qual proíbe o uso de capacetes, de máscaras ou de qualquer outra coisa que impeça o reconhecimento da pessoa e esteja a ser usada sem "um motivo justificado".
É precisamente esta expressão que a Liga Norte pretende ver agora eliminada do texto, trocando-a por uma enumeração de razões que podem ser invocadas por quem quer tapar o rosto. A proposta de lei sublinha, porém, que entre os objectos que ficam proibidos "estão o vestuário utilizado por motivos de crença religiosa".
Tendo em conta que as roupas usadas pelas religiosas católicas não cobrem o rosto, restam apenas como alvos possíveis desta lei as vestimentas muçulmanas que cobrem a cara das mulheres, como é o caso do niqab e da burqa.
"Não somos racistas nem temos nada contra as muçulmanas, mas a lei deve ser igual para todos", declarou, citado pelas agências, o líder do grupo parlamentar da Liga Norte, Roberto Cota, defendendo que a proposta apresentada pelo seu partido visa apenas "clarificar a lei de 1975". A oposição já alertou que está em causa a liberdade religiosa em Itália.
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